segunda-feira, 31 de outubro de 2016

O que aprendi na Bahia


Quando eu cheguei à Bahia de Todos os Santos, já no aeroporto colocaram-me uma fitinha rosa do Senhor do Bonfim. Deixei que colocassem, senti que assim deveria ser, era a marca de uma nova etapa de vida, que eu ainda não assimilava direito.

Ficamos lá eu e meu marido ( Davi Roballo) por oito dias, sentia no coração uma certa ansiedade pelo que estava por vir. Iria gostar, me entrosar com pessoas que não conhecia? Pois que a nossa ida para Salvador se dera por ocasião de um evento no qual  o Davi teve participação na Coletânea Elos Literários V.

Acontece que meu coração estava se preparando para o novo e eu me sentia uma adolescente vivenciando novas experiências e meio que confusa não sabia direito o que fazer, se me retrair e me esconder em concha ou me abrir e deixar rolar, por fim deixei rolar!

Em Salvador conheci pessoas que como eu estavam a procura de algo mais nessa vida, pois já tinham cumprido suas obrigações de pais, mães, trabalhadores e enfim, gente normal, experientes, vividas e calejadas pela vida, contudo com o coração transbordando de energia, olhos brilhantes, sorrisos fáceis e uma coletânea preparada pela vida, pronta para explodir!

Foi em Salvador que aprendi com meus novos amigos oriundos de todas as partes do Brasil, a força que carregamos, não importa a idade, o físico, o que importa é a vontade de viver sem medo de se expor, sem medo do ridículo pelo qual às vezes passamos, ao nos emocionar e cair lágrimas abundantes pela face.

No novo grupo de amigos senti o aconchego de todos que como eu não trazem na alma prejulgamento, que falam de poesia em vez de política, corrupção e coisa assim, senti pessoas que amam sem peias, sem vergonha de dizer o que sentem, senti que poderia deixar acontecer e que essa fase madura pela qual estou passando pode ser sim excelente, vivida e com muito mais sabor, pois que nosso paladar já experienciou todos os gostos e pode e sabe escolher o melhor sabor. Viva a amizade, viva as novas perspectivas, viva a vida!

sexta-feira, 22 de julho de 2016

Despertar



Hoje não tem sol
Uma brisa suave de um friozinho gostoso
Toca minha pele a revigorando;
O dia amanhece, deparo-me a pensar ainda na cama, quais meus deveres para o dia de hoje.
Tenho que correr, mas meus pensamentos céleres adiantam-se aos meus deveres e já trabalha freneticamente.
Pede para mim leveza no andar
Ternura no olhar
Coerência no agir
Razão misturada com emoção
Espreguiço-me, uma preguiça preguiçosa.
O dia começa
É novo, é único.
É belo, corajoso! 

segunda-feira, 18 de julho de 2016

Despertar



Hoje não tem sol
Uma brisa suave de um friozinho gostoso
Toca minha pele a revigorando
O dia amanhece, deparo-me a pensar ainda na cama, quais meus deveres para o dia de hoje.
Tenho que correr, mas meus pensamentos céleres adiantam-se aos meus deveres e já trabalha freneticamente.
Pede para mim leveza no andar
Ternura no olhar
Coerência no agir
Razão misturada com emoção
Espreguiço-me, uma preguiça preguiçosa.
O dia começa
É novo, é único.
É belo, corajoso!

Ita Brasil - 18/07/2016

domingo, 17 de julho de 2016

Fragmentos meus






Hoje acordei em êxtase, se fosse me descrever diria que outra nasce dentro de mim. Mas acontece que isso é pobre, é um sentimento indefinível, aquele que você sente, mas não sabe o conteúdo e fica suspirando a procura do significado.

Parece que a somatória de coisas e pessoas que passaram em nossa vida se acumula e conseguimos em um determinado momento extrairmos as essências do que nos faz bem.

Acontece que de repente as portas do invisível se abrem e juntamos com o nosso inconsciente, para deleite do consciente, que projeta ao nosso cérebro as verdades das experiências vividas ate agora!

O engraçado é que tudo estava exatamente no mesmo lugar, que agora está! Mas é preciso viver os pedaços de cada um para lá na frente se transformar em único. Falo de nosso ser! Estranho que tenhamos tantas coisas arquivadas, prontas para desabrochar e as escondemos bem arrumadinhas, de nós mesmos.

A sensação que tenho por ora é de que outras experiências virão, e que continuarei a esconder o conhecimento intrínseco até o momento em que em outro êxtase, desabroche para mais uma das minhas verdades guardadas a sete chaves!

Eu pergunto: quantas vezes se repetirá tal sensação? O que diria os teóricos da mente, do conhecimento cognitivo? São acúmulos de experiências diriam uns, os sobrenaturais diriam que são recordações de vidas passadas que vêm à tona no momento exato.

E eu direi simplesmente: sou EU desabrochando pra vida, em momento de plenitude temporária do meu EU absoluto e triunfante nesse turbilhão de informações que a vida nos oferece. Permaneço em paz, pois HOJE sei quem SOU. 

sábado, 21 de setembro de 2013

O gigante agoniza


O Brasil acordou em um belo dia surpreso, perplexo com uma frase parecendo um jargão: “o gigante acordou”! “Levantem todos os brasileiros e vamos para as ruas, o Brasil é nosso”! “Desculpe o transtorno estamos mudando o Brasil”. Bonito de se ver, arrepios pelo corpo, emoção que fazem marejar os olhos, o peito ufana e como um filme volta-nos na memória, as marchas de outrora, o idealismo da juventude que lutava bravamente pelo bem coletivo, pela democracia. Quantos morreram? Quantos ficaram? Têm alguma representatividade atualmente? Os ideais de antes, são os mesmos de agora?

De repente o gigante acordou, e o que era doce se acabou! Todos os pirulitos estão sendo tirados um a um das mãos daqueles que “ainda” estão se fartando nos redutos escondidos da inocência de um povo. O que vemos atualmente é a saturação é a gota d'água que transborda e se esparrama pelo vasto território brasileiro. Parece que novamente se inflama o senso patriótico, não só por motivo de jogos, de seleção de futebol, mas por uma consciência maior e coletiva a bradar a insatisfação dos abusos e do “pouco caso” que alguns políticos fazem do seu eleitorado. Parece-nos que a era PÃO E CIRCO realmente, já era!

Cresce o nosso sentimento de cidadania, de pertencimento a um povo, um país. É isso? Parece, mas existem algumas controvérsias, perpassando pelo submundo das tramoias e falcatruas, intituladas: poder político, corrupção, medo da perda do poder e da evidencia. Nos depoimentos da nossa presidente vemos um tiroteio de falas pra todo lado e um país que não sabe o que fazer de sua riqueza, da diversidade de sua gente e de sua cultura como um todo, falta rumo, direção, falta a visão completa de um país onde cada região apresenta as suas dificuldades específicas e não adianta pensar em ações paliativas e gastar no que não vai funcionar.

Precisou o Brasil ir para as ruas, gritar suas necessidades para o governo anunciar recursos para obras de mobilidade urbana, para ouvir os usuários de transporte coletivo e dar justificativas, fazer promessas como se estivesse em palanque eleitoral, falta a percepção (do governo) de que o que se pede é ação, atitude, uma gestão com competência, sem falar no combate a corrupção, na transparência com o uso do recurso público. Não queremos a insegurança da inflação batendo em nossas portas, queremos a garantia da valorização do real (nossa moeda) e necessário se faz ousar, ir em frente.

Analisando o ser humano, que por si só porta um manancial de sentimentos mal resolvidos, que na penumbra do seu cotidiano, no canto de seu cérebro esconde tão bem, que nem mesmo ele conhece ou percebe. No momento do desafio, do tormento de “aparecer” revela-se como um completo desconhecido de si mesmo, deixando seus instintos primitivos vir à tona. É por esse prisma que podemos analisar meio que sorrateiramente as atitudes de uns e outros.

Há quem realmente acredita, sonha em transformar uma sociedade posta, imposta desde sempre para todos, sociedade esta desigual, cheia de perversidades e enganações, esses lutam por uma causa, por um ideal, lutam pelo que acreditam ser o melhor para a coletividade. Mas há também os que vão ao embalo e mostram o seu lado manifesto e encobertado por falsas ideologias, que bradam como se fossem o sujeito que trará a melhoria através de benefícios conquistados ao longo do tempo pelos supostos trabalhos por ele feito. Há os embalados e os que embalam tudo se mistura e vira uma salada mista que acaba não se sabendo quem é quem na ordem do dia.


Os acontecimentos vêm e vão, a sensação de vitória de um povo, prestes a desabrochar, se perde entre conjunturas de difícil entendimento para os leigos e os menos atentos. De repente o grito se cala na garganta, o ufanar do peito se perde, sufoca-se o ideal. E lá onde impera a justiça, que deveria ser para todos, existe o convite para que você venha saborear uma rodada de pizza nesta quarta-feira. Convite feito. Convite aceito? Pense nisso.

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Sol Ardente



Quando olho no espelho
Vejo-me humana
No pensar do meu viver
Ultrapasso-me
Da menina que fui dos castelos que construí
Percebo a pueril inocência
Da fragilidade dos sonhos
No nascer da consciência
A rasgar o peito das verdades ardentes
Inconsequentes, a martelar
No cérebro cansado
Do que foi, do que é
Do que será?  
Olho-me no espelho por mais uma vez
Na serenidade do olhar vejo-me por inteira
O vento levou a areia,
Desfez-se o castelo.

 Itaciana Santiago

domingo, 3 de março de 2013

Mulher, uma luta pela emancipação.



Ontem fui menina-mulher, adolescente-mulher, hoje sou simplesmente mulher.

Nessa longa trajetória da nossa construção psicológica como mulher, vivenciamos várias conquistas, mudanças de comportamentos, movimentos, lutas, derrotas, vitórias!

Aprendemos a comemorar dia 8 de março, como o dia da mulher, no exemplo de mulheres trabalhadoras que morreram por decisões de homens gananciosos e que tinham perpetuado em suas mentes valores poucos relevantes para com as mulheres. De lá para cá muitas coisas aconteceram, muitas conquistas, lutas, sofrimentos, movimentos...

Dentre essas conquistas a mais evidente é a autonomia feminina quanto ao trabalho, independência financeira, vida social, estudos, profissões, até aí tudo bem. Hoje estamos num patamar por assim dizer de: “zona de conforto”, será? Que já estamos no alto do topo? Que não precisamos mais queimar sutiãs em praça pública, é claro e notório!

Contudo existe uma situação invisível, camuflada, arraigada no íntimo, construída ao longo de uma vida, de cada mulher, (independentemente da época por ela vivida), que ela deve ser submissa ao homem, que é rainha do lar, que a harmonia depende de como ela (pobre da mulher!) conduz as ações e atitudes de cada um, para a perfeita paz do lar! Como se a mulher fosse responsável, sozinha, por todos os acontecimentos diários dentro de quatro paredes, num ambiente às vezes violento, onde se aglomeram várias pessoas, cada uma com uma personalidade diferente, como se não tivéssemos nossas necessidades, ansiedades, propósitos e tudo o mais...

O que nós mulheres precisamos é nos conscientizarmos que na luta da sobrevivência dos milhões de espermatozoides, nós fomos vitoriosas, essa foi a nossa primeira vitória, vencemos na corrida da vida!

Nascemos iguais e nessa igualdade foram nos tornando diferentes, criando conceitos para melhor satisfazer as necessidades da sociedade e seus valores vigentes (distribuídos de tempos em tempos), primeiro nos usaram como simples produto de reprodução, perpetuação da raça humana, o homem mira uma mulher pensando em sua continuidade (isso até hoje)! Depois a mulher como esteio do lar, rainha e essas coisas... Com o tempo fomos deixando nos tornarem objeto sexual, dos desejos de todos, estampados em comercias de tudo quanto é produto que aguça os sentidos voluptuosos dos homens. Libertamo-nos da costela que fomos, hoje somos corpo e alma, conseguimos através de tantas lutas uma condição de igualdade com os homens. Igualdade? Esse é outro problema. Ainda estamos aprisionadas em valores que variam dos mais primitivos aos mais aprimorados, valores esses de difícil acesso, pois que sendo invisível e pregado sutilmente passam despercebidos.

O que nos resta na continuidade de nossa trajetória enquanto liberdade e igualdade, é nos posicionarmos atentamente em todas as situações e enredos, tanto no cotidiano do trabalho, na família, na política, nas questões sociais, para não nos deixarmos levar pela falsa crença de que tudo já foi feito e de que tudo está a contento no par de igualdade entre homens e mulheres. Pois que a verdade é uma só, somos todos seres humanos. Nascemos para sermos livres e livres devemos continuar vida afora.

E na complexidade do fato, convém concentrarmo-nos na grande força que conquistamos ao longo do tempo, no aprendizado de ser mulher e seguirmos adiante na busca da felicidade de existirmos, assim como somos: simplesmente mulher!

Abraços a todas bravas mulheres que venceram a corrida da vida!

quarta-feira, 13 de fevereiro de 2013

Renúncia e Persistência




Renan Calheiros assume a presidência do senado, o carnaval acontece, e o Papa Bento XVI renuncia!

Que o Renan Calheiros assuma a presidência do Senado dá até para entender, pois as articulações existem desde que o mundo é mundo e há de acontecer conforme ditar os benefícios de quem está no comando (não quero mais falar em “poder”, já saturou e até me irrita! portanto comando é melhor), da forma que tudo terá que transcorrer dentro dos conformes, certo? Como que o governo irá “governar” sem uma base aliada? Como poderão existir as camuflagens, maquiagens ou até mesmo as realizações dos objetivos e ideais sem a benção da maioria? Portanto, queiramos ou não, Renan é o melhor negócio para o governo, o comando precisa de sua “experiência”, de seus dotes políticos, de sua maneira de conduzir as ações e articulações, ele (o Renan) é a cara do Brasil.

Por falar em cara do Brasil, estamos em pleno carnaval! Tudo é festa, uma maravilha! Os órgãos competentes fazem campanhas acirradas contra o “beber e dirigir”, contra o “xixi”, não faz aqui, faz ali! Contra a violência e exploração sexual infanto-juvenil. E a festa rola! Pois que a presidenta Dilma diminuiu o preço da energia elétrica! O combustível aumentou, mas tudo bem nem tudo é perfeito! É carnaval, a maior festa brasileira! Competições de escolas de samba, que gastam milhões para o preparo do desfile, bem ao lado da favela onde pessoas passam fome, traficam drogas e fazem uso da mesma, mas existe um projeto chamado Criança Esperança, que resolve todos esses problemas com, digamos assim: “merrequinha” de recursos, comparados com o alto custo gasto nessa imensa festa brasileira! Acredita? Ah! Tem ainda os recursos da copa de 2014...mas esse é outro assunto, para outro momento...

Esse ano de 2013 está mesmo cheio de surpresas, a renúncia do Papa Bento XVI, alarmou o mundo todo, fiéis procuram consolo na justificativa da idade avançada e cansaço visível. A imprensa especula aqui e ali, sendo que há 600 anos esse fato não acontecia. Qual o motivo verdadeiro da renúncia do Papa? Só ele mesmo sabe. Pois que aos 85 anos de vida já conhece um pouco das pessoas e suas atitudes, da situação do humano perante o planeta, das reações políticas, do cotidiano religioso, bem próximo, meio próximo e mais distante. É uma situação delicada e nos mostra que nem tudo acontece como desejamos, as fortalezas também desmoronam e como disse Shakespeare: “há mais mistério entre o céu e a terra do que possa imaginar vossa vã filosofia” .

E nos quatro cantos do mundo vamos vivenciando nossas (nós pessoas, humanos) culturas, modos, sedimentando valores e construindo conceitos. O futuro? A quem pertence? Não ouso sugerir, pois que queremos sempre construir o caminho que melhor nos conduza para uma vida farta, cômoda, poderosa e divertida, aqui na terra, sem prestar atenção em sua brevidade e finitude.

Pense nisso.

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Dinheirocracia




Qual o significado do querer e a expressão do poder?

Se você quer eu quero, é a lógica do comportamento coletivo onde as vontades coletivas ultrapassam a vontade individual e cegam o mais astuto dos observadores. Se analisarmos pela lógica da razão muitos acontecimentos perpetuados e arraigados no processo coletivo de entendimento estaria fora de cogitação.
 Onde imaginar pela lógica da razão determinados resultados nas urnas eleitorais de nosso país? A reflexão e o desaceleramento do cotidiano de uma campanha nos faz chegar à conclusão de que longe estamos de uma democracia plena, que infelizmente o nosso regime político perpassa pelo dominante regime da “DINHEIROCRACIA”, pode mais quem tem mais.

Mais competência? Honestidade? Perfil político? Histórico de trabalhos para a comunidade, cidadãos e cidadãs? Formação? Não meus senhores, pode mais quem tem mais recursos econômicos para comprar o que lhe interessa, ou seja, a vontade do povo, a dignidade das pessoas.

Agora, perguntamos qual é o compromisso do político que interfere na escolha do povo, arbitrariamente? Como pode estar ao alcance de pessoas inescrupulosas uma comunidade, associação, grupos de pessoas, eleitores como queiramos denominar, qual é o motivo que leva a população a repetir anos a fios os mesmos erros, ou melhor, praticar escolhas que definitivamente interferirá no progresso para o bem coletivo.
Para chegarmos a uma conclusão mais lógica e apropriada deveremos analisar a situação econômica de nosso povo, embora se maquie como um problema já resolvido, as necessidades ainda são imensas no cotidiano das famílias, que vivem com salários que mal dá para suprir suas necessidades básicas, diante dessa fragilidade das pessoas, oportunistas se apropriam de promessas e fazem ofertas apetitosas quase que impossíveis de recusar!

  Será a necessidade imediata de benefícios como: alimentação, passagens, pagamentos de água, energia elétrica, aluguel, impostos que leva o cidadão a repetir por inúmeras vezes o mesmo erro? Será que ficamos esperando períodos eleitorais para acertarmos nossas contas com isso e aquilo? Não conseguimos ver que o imediatismo é prejudicial à efetivação de uma política consistente da saúde, educação, habitação, assistência social, infraestrutura, esporte, lazer, cultura?  Onde nos perdemos para chegarmos à cegueira coletiva na qual nos encontramos?

Qual o caminho para a mudança nesse tão complicado processo eleitoral? Se ao fazer uma análise mais profunda constatamos que já no período greco-romano, havia discussões sobre a “compra de votos”, na Grécia antiga -berço da democracia-  Péricles o estratego eleito e reeleito até a morte para administrar Atenas, sempre que saia a rua era importunado por gritos “comprador de votos”, pelo o que conta a história a compra de votos é endêmica desde há muito e com certeza não desaparecerá tão cedo.

Pergunto então, até quando estaremos à mercê do vilão maior: o grandioso e vil metal precioso, corrompendo ideologias, ferindo dignidades humanas e acumulando ao longo da história pequenos e sucessivos grupos de domínio em detrimento ao bem comum e coletivo? Queremos sempre mais e diante do imediatismo recorrente de nossa sociedade consumista, nos cegamos para os verdadeiros ideais e verdadeiro significado da vida, seja ela no individual ou coletivo.

Diante disso presenciamos ao longo do tempo situações de extrema falsidade consideradas como verdades absolutas. Negligenciamos muitas das vezes a nós mesmos e como Pedro negamos nossas verdades três vezes e antes do cantar do galo negligenciaremos e negaremos novamente, até que o dia termine e na escuridão da noite possamos vivenciar os nossos medos, desvarios, loucuras e como cegos planejarmos mais uma etapa de nossas vidas em risos pelo canto da boca. Pois que nos perdemos nos caminhos e em nossa ignorância confundimos as setas que nos orienta e indica o bem e o mal.
Pense nisso.

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Quem é quem na política de Dourados?




Em uma semana decisiva para a política partidária, quando todos os partidos fazem suas convenções, buscando um espaço significativo na política local, não se sabe quem é quem.

 Os velhos tempos das ideologias partidárias ficaram para trás. Os sonhos, as lutas, mortes e vidas separadas, idas e vindas, exilados, músicas embutidas de protestos, gritos presos na garganta, e muita vontade de mudar sistemas, conceitos arraigados em uma cultura colonial e repressiva, onde a ordem do dia seria a liberdade de expressão e de ir e vir, são sonhos que ficaram no passado e na memória dos que ficaram chorando as lutas perdidas por entremeio a vaidades, a ganância e a ambição pelo poder político e financeiro em detrimento dos ideais vividos no passado.

Assim quando abrimos as páginas de jornal e presenciamos alianças como a do ex-presidente Lula com o Deputado Maluf e vimos diante disso, desabar toda a credibilidade de um como de outro. O que vale para o ex-presidente? Ganhar? E o que vale para o deputado Maluf? Ferir uma ideologia? Sangra o coração de um e de outro? Apertam as mãos jurando aliança eterna e sendo amigos desde pequeninos? Onde está a verdade? Hipócritas, manipuladores de ingênuas mentes, tudo fazem para conseguir seus objetivos não importa o que vão ferir, se a própria idoneidade ou a crença de um povo já farto de promessas e que de tanto acreditar já se conformam com a política dos favores, benefícios, vendendo a vontade própria, a dignidade por um prato de comida.

E o que falar das alianças realizadas aqui em nossa cidade? Lembram-se das eleições extemporâneas? Quem iria imaginar o PT (Partido dos Trabalhadores) aliado com o DEM (partido Democrata), o socialista com o neoliberal? Quem iria imaginar o ex-prefeito Laerte Tetila, pregando panfleto nos carros e parando os transeuntes para dizer do grande governo que fariam com o ex-filiado do DEM e recente candidato do PSB (Partido Socialista Brasileiro) da noite para o dia? Quem acredita na salvação de Dourados? A confusão é tanta que não dá para acreditar em mais nada e em mais ninguém!

A nossa curiosidade e nossa atenção se volta para esse final de semana, quem está falando a verdade? O que acontecerá, ou melhor, está acontecendo nos bastidores políticos, a quem estão querendo enganar? Veremos. Só nos resta esperar e ficarmos na expectativa para vermos quem é quem. Quem subirá no palanque com quem, o que dirão dessa vez, quem será o salvador da pátria.

Enquanto isso, casos ridículos vão acontecendo, beijos em crianças vão sendo dados, quadrilhas são apresentadas (juninas), os hospitais públicos superlotados, macas pelos corredores, greves de professores, educação em luto e saúde um caos, ruas em buracos, elevação de preço dos combustíveis na calada da noite, doação de cobertores como a solução definitiva para aplacar o frio dos pobres, as leis, a efetivação da política pública delegada a segundo plano, pois é preciso correr atrás do prejuízo ocorrido nas últimas eleições. E o povo? Os eleitores? Também correm atrás do prejuízo para ver se ganham alguma coisa daquele político bonzinho que aparece em tempos de eleição!

É, continua tudo com dantes no quartel de Abrantes! Quer pagar para ver? Eu não.

Amor, obsessão: realidade e fantasia




No mês de junho muito se fala do amor, de romantismo, de carinho, da cumplicidade no relacionamento e a felicidade de compartilhar uma relação onde exista a troca e a serenidade em conviver. Porem nem sempre é assim, existe os relacionamentos possessivos, obsessivos, que diante de um sentimento que deveria ser de harmonia e tranquilidade, acaba se tornando em tragédia e destruição.

A mídia está explorando o recente acontecimento trágico ocorrido nos tramites dos sentimentos relacionados ao amor obsessivo. O caso da advogada Elise Matsunaga, que de relacionamento considerado como o sonho de uma menina vinda do interior, se tornou o seu maior pesadelo.

Se formos caracterizar o referido caso como um relacionamento obsessivo, poderemos considerar a grande ansiedade gerada nessa relação estressante, esmagadora e dolorosa. Quem pode medir um sentimento, uma patologia? Do que o ser humano é capaz quando se sente ameaçado? Vimos também recentemente um caso da senhora idosa que atira corajosamente no indivíduo que entra em sua casa para furtar, foi em legítima defesa, ou ela fazia isso ou sabe-se lá o que aconteceria! Ela defendia sua vida, sua casa. E a Elise o que defendia? A sua dignidade? O seu amor? O que motivou aquela criatura ao ato tão extremo? O que a impulsionou para apertar o gatilho? Ela agiu friamente ou foi movida pelo medo, que lhe gerou o comprometimento emocional, tentando buscar uma saída para fugir da realidade.

 Amor e ódio, os sentimentos se completam e interagem formando sentimentos entrelaçados, angustiosos e terrivelmente insuportáveis!

Quem é a vítima nessa história toda?  Quem morreu primeiro? Ela ou ele? Não há defesa nem acusação de nossa parte, simplesmente a consideração da  posição de mulher atormentada por um relacionamento por demais confuso e esmagador, misturado entre realidade e fantasia, composto de insegurança e traição.

 O que poderemos considerar em um país onde é grande o número de mulheres que sofrem espancamentos, são humilhadas, onde ainda é preciso formular leis para garantir  a sua integridade física e emocional? O que podemos avaliar de tantos casos de assassinato pelo nome “amor”? Quantas mulheres foram mortas de forma cruel e desumana? Quantos homens da mesma forma sofrem pressões emocionais e são também mortos em nome do amor? Será que estamos confundindo os sentimentos? Posse, obsessão, subjugação, com amor, companheirismo, cumplicidade, serenidade, união? Quem pode mais? Eu ou você? Será que não seria melhor considerar o nós? Qual o peso da situação econômica? Do poder, da dominação?

Em uma sociedade conturbada como a nossa onde valores estão visivelmente sendo invertidos, onde não sabemos mais em quem confiar, pois que religiões se formam à vontade, sem critérios, estudos mais profundos, onde se oferece milagres de todos os tipos, atraindo um grande número de pessoas carentes de acreditar no sobrenatural como uma forma de preencher o seu vazio existencial e como uma forma de chegar mais rápido aos reinos dos céus, fazendo uma barganha com Deus, praticando boas ações em troca de um caminho mais rápido para o céu, com linda casa com jardim e tudo o mais lhe aguardando pós-morte? O que podemos considerar em um país onde todos falam tudo de mentirinha? Onde todos juram honestidade eterna, quando na verdade praticam falcatruas das grossas? O que considerar? Prendem ladrões de galinhas e os de colarinho branco ficam por aí bancando de inocentes, prestigiosos, sempre voltando ao comando, como um círculo vicioso? O que considerar de um povo que é dócil para com os políticos corruptos, mas em contrapartida cometem crimes das mais variadas formas com seus semelhantes, seus pares?

A roda viva continua, amanhã será outro dia, outros acontecimentos estarão em mídia, outros focos e fatos serão discutidos, alguns farão de conta que está tudo bem, outros lutarão até o fim para manter o poder e a evidencia, louvores subirão até os céus, políticos subirão nos palanques por aí à fora bradando aos quatro cantos as suas qualidades e o quanto será bom para a sociedade e nós como marionetes faremos o nosso pequeno espetáculo fingindo que acreditamos!

E diante disso tudo o amor sempre sobrevive, o verdadeiro.

É isso, acredite se quiser.



UM PAÍS DE TODOS E DE POUCOS





Nós brasileiros somos movidos a siglas, (sopas de letrinhas), para determinar diversos, programas, projetos e serviços que juntos formam leis, regulamentam-nas, executam ações de benefícios sociais, criam impostos para todos os produtos, desde a cesta básica de alimentação até altas negociações empresariais, bancárias, essa última, diga-se de passagem, é campeã na questão: juros, sendo, segundo alguns entendidos da economia o “agiota regulamentado”.

 Enriquecem uns e outros ficam a mercê da própria sorte, dão um duro danado para sobreviver e fazem, sem perceber o mesmo trabalho escravo da época da nefasta escravidão, pois que na labuta diária mal sobra tempo para ouvir seu filho adolescente, para olhá-lo com atenção, para um chamego mais tête-à-tête com a mulher ou a mulher com o marido, a correria é tanta que para sobreviver, diante das necessidades apresentadas de uma sociedade por demais consumista, acabamos nos estressando, ficamos chatos e doentes, por fim acabamos muitas das vezes gastando o que ganhamos, com saúde.

 Façamos uma análise, o sujeito da dita classe média trabalha pra quê? Levanta cedo, muito cedo, aliás, se quiser obter uma boa renda, digo uma renda que lhe possibilite colocar seu filho em uma boa escola, ter um bom carro, uma vida social mais ou menos e conseguir fazer a compra do mês no mercado sem entrar no “vermelho”, caindo dessa forma nas garras daquele agiota regulamentado, viajar? Nem pensar, só com muito esforço de toda a família na economia, para que tal ocorra, de ir no máximo a uma prainha no interior do Paraná...

E a outra classe, a pobre, aquela que depende de benefícios sociais, benefícios esses oriundos dos cofres públicos que por sua vez nos enche de impostos dos mais altos do mundo, para suprir as necessidades básicas desse cidadão, já tão prejudicado e sujeito a “doações”, passando por humilhações, em época de eleições, com o pedinte de votos dizendo fazer-lhe um grande favor! Da onde? Que favor? E os direitos do cidadão de usufruir o que lhe compete? E o nosso vasto e gigante Brasil que enfrenta crises como sendo "marola” segundo o ex-presidente, e 3oo% de vantagens dos outros países, segundo a presidenta? E para onde vão verbas gigantescas dos programas sociais, que deveria suprir as necessidades das famílias em situação de vulnerabilidades social?

 Ainda hoje vimos no jornal, esse para qual escrevo, uma matéria de uma mãe com o rosto coberto, aos prantos, pela impossibilidade de sustentar seus cinco filhos, menos um que se suicidou devido à miséria (com apenas 14 anos), o marido, preso por furto em busca de alimento, e ainda falamos em solidariedade? E os benefícios que  deveriam suprir as necessidades dessa cidadã, são considerados no termo solidariedade? Onde estamos em qual século? Diga-me, por favor, pois que ao fazermos uma conjuntura, uma análise de como tudo começou nos perdemos em conceitos como: vaidade, ganancia, poder, ambição e para camuflar tudo isso criamos projetos, programas e serviços e uma infinidade de siglas para definir pra onde está indo as verbas das outras siglas, ou seja, os impostos, são tantos, e nos perdemos em decifrá-los: IPVA,IPTU,ICMS, etc... É um tira daqui e põe ali, virando uma enrolação total, no meio do caminho desse tira e bota muitas coisas se perdem e nos perdemos de vez em outro assunto que ficará para a próxima, a corrupção.

CREPÚSCULO




Durante toda a nossa vida vamos sedimentando valores oriundos de várias vias por onde caminhamos. As experiências adquiridas nesses percursos denominamos de muitas formas, muitas das vezes chamamos de inteligência, sabedoria, esperteza, e até intuição, sensibilidade...

Se formos classificar os itens citados acima, teremos outras vertentes, como a inteligência, por exemplo, ela se divide em categorias tais como: a emocional, interpessoal, intrapessoal, corporal, cognitiva...

Na verdade, porém, tudo é um grande conjunto de apanhados daqui e dali, que na luta pela sobrevivência nos agarramos naquele que percebemos ou sentimos ser o mais viável nessa longa trajetória chamada vida, ou o que nos convém naquele momento.

 Acontece que apesar de lutarmos muito e termos o nosso instinto de sobrevivência ela, a vida, se torna de difícil entendimento e aceitação. Quem por exemplo aceita a separação definitiva de um ente querido? Quem consegue entender os disparates da vida, que não nos deixa viver a felicidade simples e sistemática, nos proporcionando apenas fragmentos de vislumbre do que poderia vir a ser a tal felicidade? Quem consegue entender a divisão de bens, poderes, facilidades, divisão desproporcional, incorreta e desigual? Quem consegue entender a diversidade das religiões, crenças e fé professadas das mais diferentes formas? Quando ouvimos alguém dizer, estufando o peito: “O MEU DEUS É MAIS”, quantos deuses existem?

Ocorre que nos emaranhados do processo cotidiano (pois a nossa vida é uma somatória de pequenos acontecimentos diários), apelamos a subterfúgios na esperança de completar um vazio por demais insistente que bate a nossa porta. Desta forma é que nos aglomeramos através de grupos sociais, religiosos e familiares, numa tentativa de saciar a nossa necessidade do pertencimento. Isso quando não desviamos o foco de nossas carências ao consumo, que por si só é apelativo, e nos perdemos nos turbulentos caminhos da corrida competitiva do dia a dia em busca de melhorias as vezes imaginarias, para  satisfação do ego, da vaidade e nos perdemos da nossa essência, originalidade e autonomia, passamos a viver para a aparência do físico, de coisas materiais, em detrimento de nossa vida emocional.

Tudo acontece tão rapidamente que de repente nós olhamos no espelho e verificamos a primeira ruga, o primeiro vinco cavado na face, nos surpreendemos com a crueldade do tempo, o incansável tempo que implacável passava enquanto nos perdíamos em meio a vaidades e conquistas supérfluas.

Quais são, portanto os nossos desejos? Quais são implantados em nossa mente, e quais realmente são nossos? Qual é a segurança que temos ao enfrentarmos um dia cheio de tarefas, compromissos, que esses realmente são importantes? Que chegaremos ao fim de nossa jornada e verificaremos que valeu a pena? Que garantia temos? Como poderemos atravessar incólumes pela turbulência do viver?  Onde estamos centrados? Do que precisamos, disso ou daquilo?

É necessário voltarmos nossos sentidos para a real vida, para a nossa essência, para que quando chegarmos ao crepúsculo de nossas vidas, olharmos no espelho e contar as marcas fincadas em nossa face e enumerá-las uma a uma, como um troféu de honra ao mérito, por ter vencido essa longa batalha chamada vida e quando perguntado se gostaríamos de viver novamente a mesma vida, responder: quantas vezes forem possíveis.
Pense nisso.

A animalidade humana




Quanto há em nós de instinto, de sentimentos ainda animalizados,  quanto falta para atingirmos por completo a plenitude do ser humano?

Esta semana presenciei uma cena que me entristeceu sobremaneira, por vários motivos, o primeiro por verificar que o ser humano beira a bestialidade de ações quando  julga que não está sendo observado, o segundo por presenciar o quanto custa uma maldade gratuita a seres indefesos.

Estava percorrendo o trajeto que faço do trabalho para casa, quando em determinado trecho ouvi gemidos e estalar de batidas, sequentes, aterrorizantes, impiedosas, parei, ouvi , segui, não me conformei e voltei. No momento em que virei para voltar, um brutamonte, chamado ser humano, com um pau na mão, agredia um pequeno cachorro, e o jogou porta a fora, na calçada. O animal gritava e se contorcia todo. Era momento de saída da escola próxima ao incidente e eu com vários alunos corremos para acudir o animal, resumindo o cachorro não resistiu aos ferimentos e acabou morrendo. O indivíduo foi parar na delegacia e terá que responder pelo ato extremamente cruel que cometeu.

Para nós fica a reflexão do que o ser humano é capaz, de onde surge tanta crueldade?

Desde os primórdios da existência em nosso globo terrestre, houve os momentos de experiências, de aprendizado, fomos buscando o conhecimento e foram surgindo várias necessidades de defesa para a nossa subsistência, passamos por vários conflitos que nos possibilitaram a percepção de nossa situação enquanto ser vivo.

Tudo bem, tivemos que passar por dolorosas experiências, tivemos oportunidades de escolhermos os caminhos que percorremos e fomos aos poucos formando tribos, desenvolvendo grupos de convívio onde no processo coletivo, difícil por si só, criamos nossos mecanismos de defesa, adquirimos vícios comportamentais, sedimentamos valores de acordo com cada cultura, cada região. Caminhamos lentamente a procura de nós mesmos. O que justifica atos bárbaros que ainda praticamos? Por que uns seguem sem muitos percalços, e outros caem a todo o momento, cometem falhas, se desculpam, cumprem pena restritiva e logo mais começam tudo de novo?  Dizem que é culpa do livre arbítrio que temos por causa de nossa inteligência, até que é plausível de compressão, mas que inteligência é essa que se resvala pelo submundo de nosso cérebro e provoca reações perversas, desonestas e às vezes incompreensíveis? Volto a perguntar: porque uns e outros não? Será necessário retornarmos no tempo, começar tudo de novo? Ou esperar o juízo final, onde será separado o joio do trigo? Acontece que começará tudo novamente, lembra-se da Arca de Noé? Era de se esperar um novo mundo, e o que vemos hoje? Onde está o erro das ações perfeitas?

Portanto a conclusão que chegamos é que precisamos mais do que reflexão, o que precisamos é de tomadas de decisões e atitudes que realmente transforme alguma coisa, mesmo que seja simplesmente um comportamento que nós imaginamos seja insignificante, pode fazer a diferença. Enquanto não nos posicionarmos responsáveis pela sociedade na qual vivemos, não teremos o compromisso de nossa própria mudança de atitude, delegaremos tudo para terceiros, transferindo as nossas necessidades para o governo, a política, nossos pais, nossos professores, amigos, e daí começa outra longa história que poderemos discutir em outro artigo.

O que mais nos revolta é o silencioso grito dos inocentes, o choro dos pequeninos, o sofrimento de muitas mulheres que ainda são espancadas, a fome de muitas crianças, as diferenças econômicas e financeiras e em contrapartida a indiferença dos comandantes, dos que detém o poder. O que esperamos dos líderes religiosos? Que nos guie aos caminhos do bem? O bem por sua vez vence o mal?

E naquela rua, naquele momento presenciamos um dos atos perversos do ser humano, conferindo que muito há ainda em nós da animalidade primitiva, muito ainda nos falta para dela nos livrarmos.

Pense nisso.

quarta-feira, 11 de abril de 2012

Lixão virtual, lixão real, qualquer semelhança é mera coincidência...




Está iniciando uma telenovela em uma emissora de TV, que trata a dura realidade dos brasileiros que vivem do lixo. Seria melhor dizermos que se trata de simples ficção, mas acontece que o retrato apresentado na dramaturgia é realmente o que se passa, ainda, no cotidiano de milhares de cidadãos desse país tão vasto, rico em sua exuberante natureza. Rico em produção de alimentos, que compõe a cesta básica necessária para a nutrição e bem-estar de todos.

Infelizmente, o que observamos são classes se privilegiando mais do que outras do que oferece o solo brasileiro. Temos uma produção suficiente para abastecer a economia do país, que por sua vez, deveria prover as necessidades básicas de seus cidadãos. No entanto, o que vemos são pessoas que sentem fome, frio, sofrem em filas infindáveis para tratamento de sua saúde e aguardam em cadeiras de fio e quando bem alojados estão em macas nos corredores de hospitais.

Em nosso sistema de saúde pública se anuncia pelos meios de comunicação a compra de aparelhos de alto padrão tecnológico, como o robô que realiza cirurgias complicadas e etc., mas, em contrapartida, existem hospitais fechados pelos rincões do Brasil, todo equipado, sem funcionamento por falta de recursos humanos. Enquanto isso em várias regiões do país, cidadãos sofrem por falta de um leito para tratamento, ou simplesmente fazer um exame que demora meses para ser realizado! O que está errado nesse processo?

Será um dos fatores, a má distribuição de renda do nosso sistema de divisão de classes? Classificado como um país que luta para atingir um patamar de igualdade com países do primeiro mundo, presenciamos no Brasil disparates que estão longe de nos equiparar com os países desenvolvidos. Pagamos um preço muito alto, ou melhor, o mais alto, para manter nossos parlamentares em suas funções e ainda existe a necessidade de “ajutórios” disso e daquilo, tornando ainda mais gordo o salário dos mesmos. Por falar nisso, enquanto os professores da rede municipal e estadual de todo o pais e não poderia deixar de serem, os de Dourados também, saíam às ruas em manifesto para reivindicar melhores salários, piso para a classe, direitos justos e até humildes e esses mesmos parlamentares nada fazem por esses profissionais que se dedicam ao ensino.
Enquanto isso....os vereadores de nossa cidade aprovavam, sem maiores discussões, o aumento de seus salários! Com as mesmas regalias dos demais parlamentares de grandes centros. Onde eu estava mesmo? Ah! No lixão! Na telenovela! Mas não precisamos ir para o mundo da ficção, vamos até o lixão de nossa cidade, presenciaremos cenas iguais, e em nosso pensamento surgirá a seguinte frase: qualquer semelhança é mera coincidência...

E os homens das leis, sentam em cima de seus valores, se remexem daqui e dali, e seus olhares não passa além de seus umbigos, tal é a realidade do nosso cotidiano no saber político. Como orientar nossas crianças, adolescentes e jovens? Se os parâmetros apresentados fogem dos conceitos dos grupos sociais, educacionais e religiosos? O que terá de acontecer para a reversão da atual situação que passa o Brasil? Como diria Boris Casoy “Isso é uma vergonha”! E a vida vai passando os valores invertidos vão se sedimentando, arraigando na mente de nossas crianças, que o melhor é levar vantagem em tudo, o que nos interessa é nosso bem estar.

Que Deus nos acuda! Acuda todos aqueles que precisam do SUS, que precisam recorrer ao lixão para suprir suas necessidades básicas, que precisam acreditar com todas suas forças, que ainda existe uma esperança para o nosso sistema político, para os nossos governantes terem a consciência da sua grande responsabilidade perante uma nação, perante uma sociedade e toda a sua gente.
Como diz o ditado popular: “a esperança é a última que morre!”

O que nos consome?



É grande a nossa confusão na entrada do século XXI.  Fala-se em tantas coisas, tantos direitos, igualdades, lutas sindicais, inclusão escolar, mercado de trabalho e parece que as coisas mais importantes se perdem nos recantos de nosso cérebro, como nossos aspectos emocionais e afetivos. Pois que estamos dedicando grande parte de nossa vida focados num único objetivo: “ter”. O consumismo está tão impregnado em nós que é fácil observamos os transeuntes em grandes centros e em hora de pico, levando o grande conflito gerado pela impotência de acompanhar os apelos consumistas comandados pelo sistema capitalista no qual estamos inseridos.

Os apelos das propagandas são tantos, seja, de forma visual ou sonora, que sem exagero podemos dizer que somos escravos do sistema. O consumismo tem pautado nossa vida ao mesmo tempo em que nos classifica dentro de um limite possível de consumo. São as divisórias que determinam a que classe pertencemos: se a uma minoria que é privilegiada, pois são detentores dos recursos econômicos; se a uma classe mediana que realiza todo o trabalho técnico e burocrático; ou a uma grande maioria que se atropela para suprir as suas necessidades básicas e que consome para provar que também pode fazer parte desse mundo utópico do supérfluo e do maravilhoso, fazendo para isso todo o trabalho braçal, que gera o salário da mediana e os privilégios da minoria.

Uma das finalidades do consumismo é gerar tensão entre as classes, ou seja, a pobre deseja ser média e a média almeja ser a rica. Os conflitos e a forma desesperada de conseguir se igualar a classe imediata tem nos cegado a ponto de esquecermos que a vida é curta, e que a maior riqueza que possuímos são as pessoas próximas e o nosso tempo quando bem aproveitado. A nossa reflexão perpassa pelas nossas reais necessidades, o que realmente precisamos para se ter uma qualidade de vida favorável para bom desenvolvimento nosso enquanto pessoa e cidadão? 

Porque paralisar?




Nos dias 14, 15, 16 estará acontecendo a paralisação nacionalda educação. Todas as escolas públicas irão paralisar as atividades para reivindicar a implantação integral da lei do PISO (11738/2008), o plano de cargos e carreirados profissionais da educação e a destinação de dez por cento do PIB para o PNE(Plano Nacional da Educação).

O PLANO NACIONAL DA EDUCAÇÃO é um projeto que contem 20 metas para a melhoria da educação pública para ser cumpridos pelos governantes nos próximos 10 anos, de 2012 a 2021. Esses dados e a chamada para todos os trabalhadores das escolas públicas, é o que o SIMTED-Sindicato dos Trabalhadores em Educação estão enviando para todas as escolas e divulgando na imprensa local. Na verdade essas reivindicações já vêm acontecendo desde há muito tempo, pois que a cada dia que passa o professor sofre com a desvalorização do salário e em consequência, a própria desvalorização profissional. O que se percebe é uma classe de profissionais que luta a duras penas com jornadas de trabalho exaustivas e que contribui para muita das vezesrecorrer a atestados médicos, devido a essas horas de empenhopara aplicar uma aula de qualidade, que ultrapassa a carga horária estipulada em seu contrato de trabalho e em consequência acarreta problemas de saúde.

O que se propõe com a paralisação é chamar a atenção da sociedade, das vantagens que terão com a valorização dos educadores, se ganha em qualidade de ensino, diretamente as crianças dos CEIMs,(Centro de Educação Infantil), alunos e alunas das escolas públicas, nesses dias portanto a luta é de todos por uma qualidade na educação pública.

O que não conseguimos entender é a falta de vontade política dos governantes, em se fazer cumprir a lei, em dar crédito para profissionais que muito contribui para a transformação de uma nação, pois como diz Paulo Freire “Se a educação sozinha não pode transformar a sociedade, tampouco sem ela a sociedade muda”.Os gestores, esses que deveriam garantir os direitos dos cidadãos, e primar pela qualidade de todas as ações e responsabilidades do Estado, parecem que fecham olhos e ouvidos, num deixa para lá, contínuo e irritante que fere a autoestima daquele que tem brios e luta, por sua vez, como cidadão brasileiro que não desiste nunca. É chegada a hora de levantar a voz, de conscientizar nossos jovens e adolescentes, que se o caminho da mudança está longe e às vezes fica deserto, se faz necessário e’ urgente!

Em uma carta aos pais a FETEMS- Federação dos Trabalhadores em Educação de Mato Grosso do Sul diz que “nossa luta é também a de todos que reconhecem nos profissionais em educação pessoas importantes e decisivas para a formação de nossas crianças e adolescentes. Para que eles se tornem cidadãos mais éticos, justos e comprometidos com as causas sociais”.

É preciso que se faça um comparativo salarial com as demais profissões para ter noção da perda salarial dos professores no decorrer de longos anos. Não é tão simples assim, apenas uma paralisação, é uma reivindicação justa, digna e legal,o PISO É LEI, A GREVE É LEGAL.
Pense nisso.

quinta-feira, 8 de março de 2012

O Dia da Mulher



Mais um ano de comemorações, do dia, da semana, do mês da mulher. Fala-se das mulheres negras, indígenas, trabalhadoras, mães, executivas, educadoras, enfim todas as mulheres de todos os matizes e credos são homenageadas e louvadas. Há quem diga que a principal missão da mulher é ser mãe, e que, (pasmem) “ser mãe é padecer no paraíso!.”


Em reunião com profissionais da educação foi perguntado: por que o número de educadoras é maior do que o de educadores? A resposta foi que a ideia que se tem de professora é a substituição da mãe, ou seja, da família. Essa concepção não é um conceito da sociedade antiga e sim da sociedade contemporânea, inclusive nos meios educacionais, onde inconscientemente a educação em todos os sentidos está sendo terceirizada, cabendo ao Estado a maior responsabilidade.

Outro fator preponderante é o lugar da mulher na política, nos grandes movimentos, grandes empresas, cargos executivos, as mulheres ainda perdem de longe para os homens, apesar de termos no comando geral do Brasil uma mulher, não caracteriza que a mulher já ocupa funções de destaque em toda estrutura, política, social, econômica e de estratégias diplomáticas e internacionais.

Hoje dia 08 de março o que temos para comemorar? Acredito que antes de comemorar deveríamos refletir. Refletir o que os considerados avanços das lutas feministas trouxeram para nós mulheres. Como temos nos comportados diante dessas conquistas? Uma vez que conquistamos espaços, e com eles as jornadas duplas, triplas de trabalho, e esquecemos-nos de dividir e acabamos somando as funções múltiplas que englobam as tarefas da mulher, ou melhor, que deveriam ser de todos componentes familiares, desta forma somos trabalhadoras que se destacam pela criatividade, dinamismo e porque não dizer dos malabarismos a que somos submetidas em nosso cotidiano, para que tudo fique em consonância com o bem estar de todos, digo, filhos companheiros, colegas de trabalho...

A todo o momento temos que nos desdobrarmos para comprovar que merecemos o lugar que ocupamos na sociedade, o tempo das queimas de sutiã, comandada pela filósofa Simone de Beauvoir, ficou guardada na memória, o que ainda precisamos segundo Simone é  “reivindicar que  homem e a mulher  se reconheçam como semelhantes, enquanto não se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, política e econômico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”

Portanto, nas reflexões do dia da mulher e em suas comemorações se faz necessário ir além das lembranças gloriosas e de leis que garantem os direitos da mulher. É preciso que em nosso cotidiano, em nosso fazer a vida, estarmos atentas para nós próprias, mudarmos os nossos conceitos arraigados em nosso sistema emocional, inculcado por uma cultura machista e que longe ainda está de ser extirpada de nossa sociedade.
Conquistamos as duras penas vários direitos, teremos que vivencia-lo, acreditar, deixar que as forças, as mesmas que temos guardadas em nossas entranhas, possam se fazer presente em todas situações que se apresentarem como desafio, para que, dia chegue, pleno de igualdade de condições entre seres humanos sem definição de homem e mulher.

Salve 8 de março, dia de todas as mulheres!

domingo, 4 de março de 2012

Eleições e cidadania




Estamos em pleno ano eleitoral, período em que se organizam as grandes campanhas, com reservas de “custo para as mesmas”, oriundas de onde não se sabe, pois todos os partidos juram honestidade eterna e compromisso com o cidadão.

Esses recursos de campanhas eleitorais servem principalmente para garantir os votos de cabresto, ou seja, os comprados, forçados ou incutidos na mente do cidadão mais desavisado, que ele deve isso a determinado político, pois o dito cujo lhe “doou” uma receita médica, uma cesta básica sem critério social, lhe encaminhou para algum serviço público, deixando bem claro como essa atitude demonstra a sua “preocupação” com a vida do cidadão.

 Vale ressaltar os cartões de felicitações de aniversário, natal e dias corporativos das classes trabalhadoras, sem contar também com a pressão sofrida do empregado pelo empregador, seja ele do setor privado como do público, de forma que, na preocupação de manter o seu “cargo”, toma decisões que violam o seu direito e o pleno exercício de sua cidadania. Mas não podemos nos condenar por muitas vezes cairmos no conto do vigário, pois, tudo isso é bem pensado e articulado pelos assessores muito bem pagos (com dinheiro público), de como atingir melhor o eleitor! Dai acontece de sermos enganados, ludibriados e manipulados da forma mais perversa existente: o controle de sua vontade que acaba cerceando a sua liberdade, o bem mais precioso do ser humano.

Em outubro, mais de 135 milhões de brasileiros aptos a votar irão para as urnas, opinar no futuro de seus municípios ao exercer sua cidadania para manutenção do estado democrático em que vivemos, onde todos cidadãos possuem direitos iguais de participar das decisões coletivas, portanto é o melhor momento de dizermos que não precisamos de políticos que abraçam criancinhas em público mostrando sorriso de quem ama os pequeninos, nem dos que posam para fotos abraçados com trabalhadores, idosos e muito menos daqueles que mostram o que não são. Precisamos de políticos sérios e competentes que analisem os problemas sociais com seriedade e pensem em uma solução plausível em conjunto com a sociedade.

Será que algum político pensa realmente em solucionar os problemas da saúde publica, por exemplo? Ou melhor, será que eles conhecem os mecanismos mais profundos de atendimento na saúde pública? Será que já a utilizaram? Cidadãos que tem condições de pagar um plano de saúde privado não utilizam o Sistema Único de Saúde. Mas e os que não compartilham desse privilégio? Pensam com seriedade no assunto?
É pauta de campanha eleitoral? As propostas são sempre vagas e nunca efetivadas. Até quando? A sociedade como um todo é extremamente responsável no quesito de mobilizar, de mudar, de fazer com que realmente se cumpra as leis de controle social, fiscal. Nós não nos habituamos a conferir as prestações de contas do investimento econômico para o desenvolvimento das políticas públicas de nosso país, que abrange o estado, o município. Por falar em controle social, percebo certo marasmo e torpor relacionados ao trabalho dos conselhos (em todos os âmbitos e em todas as esferas), parecem amordaçados e imobilizados por forças desconhecidas.

Diante do importante ano eleitoral que vivenciaremos, é preciso que tenhamos o discernimento e a esperteza (a mesma com a qual somos tratados pelos candidatos), na escolha de nossos representantes, procurar analisar com calma e sem emoção partidária ou de cunho pessoal e/ou social, para que possamos ser cúmplices de uma ação transformadora no exercício de cidadania consciente, onde o voto de cabresto possa passar pelos anais da história como um período nefasto de manipulação das fraquezas e carências humanas onde o individuo é usado ao bel prazer de uma classe dominante sem escrúpulos e com um poder até digamos sobrenatural de aproveitar de momentos difíceis de um povo, simplesmente para sentir na alma o perverso gosto do poder e sarcasmo que tem a enganação. Portanto é necessário urgentemente tirarmos as vendas de nossos olhos, precisamos urgentemente treinar nossos ouvidos e olhos, enfim todos os nossos sentidos contra os políticos utilitaristas e manipuladores que querem acima de qualquer coisa tirar vantagem em tudo.
Pense nisso.