domingo, 4 de março de 2012

Eleições e cidadania




Estamos em pleno ano eleitoral, período em que se organizam as grandes campanhas, com reservas de “custo para as mesmas”, oriundas de onde não se sabe, pois todos os partidos juram honestidade eterna e compromisso com o cidadão.

Esses recursos de campanhas eleitorais servem principalmente para garantir os votos de cabresto, ou seja, os comprados, forçados ou incutidos na mente do cidadão mais desavisado, que ele deve isso a determinado político, pois o dito cujo lhe “doou” uma receita médica, uma cesta básica sem critério social, lhe encaminhou para algum serviço público, deixando bem claro como essa atitude demonstra a sua “preocupação” com a vida do cidadão.

 Vale ressaltar os cartões de felicitações de aniversário, natal e dias corporativos das classes trabalhadoras, sem contar também com a pressão sofrida do empregado pelo empregador, seja ele do setor privado como do público, de forma que, na preocupação de manter o seu “cargo”, toma decisões que violam o seu direito e o pleno exercício de sua cidadania. Mas não podemos nos condenar por muitas vezes cairmos no conto do vigário, pois, tudo isso é bem pensado e articulado pelos assessores muito bem pagos (com dinheiro público), de como atingir melhor o eleitor! Dai acontece de sermos enganados, ludibriados e manipulados da forma mais perversa existente: o controle de sua vontade que acaba cerceando a sua liberdade, o bem mais precioso do ser humano.

Em outubro, mais de 135 milhões de brasileiros aptos a votar irão para as urnas, opinar no futuro de seus municípios ao exercer sua cidadania para manutenção do estado democrático em que vivemos, onde todos cidadãos possuem direitos iguais de participar das decisões coletivas, portanto é o melhor momento de dizermos que não precisamos de políticos que abraçam criancinhas em público mostrando sorriso de quem ama os pequeninos, nem dos que posam para fotos abraçados com trabalhadores, idosos e muito menos daqueles que mostram o que não são. Precisamos de políticos sérios e competentes que analisem os problemas sociais com seriedade e pensem em uma solução plausível em conjunto com a sociedade.

Será que algum político pensa realmente em solucionar os problemas da saúde publica, por exemplo? Ou melhor, será que eles conhecem os mecanismos mais profundos de atendimento na saúde pública? Será que já a utilizaram? Cidadãos que tem condições de pagar um plano de saúde privado não utilizam o Sistema Único de Saúde. Mas e os que não compartilham desse privilégio? Pensam com seriedade no assunto?
É pauta de campanha eleitoral? As propostas são sempre vagas e nunca efetivadas. Até quando? A sociedade como um todo é extremamente responsável no quesito de mobilizar, de mudar, de fazer com que realmente se cumpra as leis de controle social, fiscal. Nós não nos habituamos a conferir as prestações de contas do investimento econômico para o desenvolvimento das políticas públicas de nosso país, que abrange o estado, o município. Por falar em controle social, percebo certo marasmo e torpor relacionados ao trabalho dos conselhos (em todos os âmbitos e em todas as esferas), parecem amordaçados e imobilizados por forças desconhecidas.

Diante do importante ano eleitoral que vivenciaremos, é preciso que tenhamos o discernimento e a esperteza (a mesma com a qual somos tratados pelos candidatos), na escolha de nossos representantes, procurar analisar com calma e sem emoção partidária ou de cunho pessoal e/ou social, para que possamos ser cúmplices de uma ação transformadora no exercício de cidadania consciente, onde o voto de cabresto possa passar pelos anais da história como um período nefasto de manipulação das fraquezas e carências humanas onde o individuo é usado ao bel prazer de uma classe dominante sem escrúpulos e com um poder até digamos sobrenatural de aproveitar de momentos difíceis de um povo, simplesmente para sentir na alma o perverso gosto do poder e sarcasmo que tem a enganação. Portanto é necessário urgentemente tirarmos as vendas de nossos olhos, precisamos urgentemente treinar nossos ouvidos e olhos, enfim todos os nossos sentidos contra os políticos utilitaristas e manipuladores que querem acima de qualquer coisa tirar vantagem em tudo.
Pense nisso.

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