Ontem fui menina-mulher, adolescente-mulher, hoje sou simplesmente mulher.
Nessa longa trajetória da nossa construção psicológica como mulher, vivenciamos várias conquistas, mudanças de comportamentos, movimentos, lutas, derrotas, vitórias!
Aprendemos
a comemorar dia 8 de março, como o dia da mulher, no exemplo de mulheres
trabalhadoras que morreram por decisões de homens gananciosos e que tinham
perpetuado em suas mentes valores poucos relevantes para com as mulheres. De lá
para cá muitas coisas aconteceram, muitas conquistas, lutas, sofrimentos,
movimentos...
Dentre
essas conquistas a mais evidente é a autonomia feminina quanto ao trabalho,
independência financeira, vida social, estudos, profissões, até aí tudo bem. Hoje
estamos num patamar por assim dizer de: “zona de conforto”, será? Que já
estamos no alto do topo? Que não precisamos mais queimar sutiãs em praça
pública, é claro e notório!
Contudo
existe uma situação invisível, camuflada, arraigada no íntimo, construída ao
longo de uma vida, de cada mulher, (independentemente da época por ela vivida),
que ela deve ser submissa ao homem, que é rainha do lar, que a harmonia depende
de como ela (pobre da mulher!) conduz as ações e atitudes de cada um, para a
perfeita paz do lar! Como se a mulher fosse responsável, sozinha, por todos os
acontecimentos diários dentro de quatro paredes, num ambiente às vezes violento,
onde se aglomeram várias pessoas, cada uma com uma personalidade diferente, como
se não tivéssemos nossas necessidades, ansiedades, propósitos e tudo o mais...
O
que nós mulheres precisamos é nos conscientizarmos que na luta da sobrevivência
dos milhões de espermatozoides, nós fomos vitoriosas, essa foi a nossa primeira
vitória, vencemos na corrida da vida!
Nascemos
iguais e nessa igualdade foram nos tornando diferentes, criando conceitos para
melhor satisfazer as necessidades da sociedade e seus valores vigentes
(distribuídos de tempos em tempos), primeiro nos usaram como simples produto de
reprodução, perpetuação da raça humana, o homem mira uma mulher pensando em sua
continuidade (isso até hoje)! Depois a mulher como esteio do lar, rainha e
essas coisas... Com o tempo fomos deixando nos tornarem objeto sexual, dos
desejos de todos, estampados em comercias de tudo quanto é produto que aguça os
sentidos voluptuosos dos homens. Libertamo-nos da costela que fomos, hoje somos
corpo e alma, conseguimos através de tantas lutas uma condição de igualdade com
os homens. Igualdade? Esse é outro problema. Ainda estamos aprisionadas em
valores que variam dos mais primitivos aos mais aprimorados, valores esses de
difícil acesso, pois que sendo invisível e pregado sutilmente passam
despercebidos.
O
que nos resta na continuidade de nossa trajetória enquanto liberdade e
igualdade, é nos posicionarmos atentamente em todas as situações e enredos,
tanto no cotidiano do trabalho, na família, na política, nas questões sociais,
para não nos deixarmos levar pela falsa crença de que tudo já foi feito e de
que tudo está a contento no par de igualdade entre homens e mulheres. Pois que
a verdade é uma só, somos todos seres humanos. Nascemos para sermos livres e
livres devemos continuar vida afora.
E na complexidade do
fato, convém concentrarmo-nos na grande força que conquistamos ao longo do
tempo, no aprendizado de ser mulher e seguirmos adiante na busca da felicidade
de existirmos, assim como somos: simplesmente mulher!
Abraços a todas bravas
mulheres que venceram a corrida da vida!
Um comentário:
Tenho comigo que estamos muito perto de voltarmos a sermos um fámilia matriarcal. Claro que ainda deve demorar um tempo, talvez nem mesmo no nosso tempo. Mas as mudanças devido as conquistas cada dia maiores por parte das mulheres, e um problema social, esse de carater moral, onde estamos vendo a figura da fámilia como importancia na formação do individuo, onde a o pai é cada dia mais ausente, aos poucos vai consolidar novamente a mulher como chefe de fámilia.
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