É
grande a nossa confusão na entrada do século XXI. Fala-se em tantas coisas, tantos direitos,
igualdades, lutas sindicais, inclusão escolar, mercado de trabalho e parece que
as coisas mais importantes se perdem nos recantos de nosso cérebro, como nossos
aspectos emocionais e afetivos. Pois que estamos dedicando grande parte de
nossa vida focados num único objetivo: “ter”. O consumismo está tão impregnado
em nós que é fácil observamos os transeuntes em grandes centros e em hora de
pico, levando o grande conflito gerado pela impotência de acompanhar os apelos
consumistas comandados pelo sistema capitalista no qual estamos inseridos.
Os
apelos das propagandas são tantos, seja, de forma visual ou sonora, que sem
exagero podemos dizer que somos escravos do sistema. O consumismo tem pautado
nossa vida ao mesmo tempo em que nos classifica dentro de um limite possível de
consumo. São as divisórias que determinam a que classe pertencemos: se a uma
minoria que é privilegiada, pois são detentores dos recursos econômicos; se a
uma classe mediana que realiza todo o trabalho técnico e burocrático; ou a uma
grande maioria que se atropela para suprir as suas necessidades básicas e que
consome para provar que também pode fazer parte desse mundo utópico do
supérfluo e do maravilhoso, fazendo para isso todo o trabalho braçal, que gera
o salário da mediana e os privilégios da minoria.
Uma
das finalidades do consumismo é gerar tensão entre as classes, ou seja, a pobre
deseja ser média e a média almeja ser a rica. Os conflitos e a forma
desesperada de conseguir se igualar a classe imediata tem nos cegado a ponto de
esquecermos que a vida é curta, e que a maior riqueza que possuímos são as
pessoas próximas e o nosso tempo quando bem aproveitado. A nossa reflexão
perpassa pelas nossas reais necessidades, o que realmente precisamos para se
ter uma qualidade de vida favorável para bom desenvolvimento nosso enquanto
pessoa e cidadão?
Nenhum comentário:
Postar um comentário