Está
iniciando uma telenovela em uma emissora de TV, que trata a dura realidade dos
brasileiros que vivem do lixo. Seria melhor dizermos que se trata de simples ficção,
mas acontece que o retrato apresentado na dramaturgia é realmente o que se
passa, ainda, no cotidiano de milhares de cidadãos desse país tão vasto, rico
em sua exuberante natureza. Rico em produção de alimentos, que compõe a cesta
básica necessária para a nutrição e bem-estar de todos.
Infelizmente,
o que observamos são classes se privilegiando mais do que outras do que oferece
o solo brasileiro. Temos uma produção suficiente para abastecer a economia do
país, que por sua vez, deveria prover as necessidades básicas de seus cidadãos.
No entanto, o que vemos são pessoas que sentem fome, frio, sofrem em filas
infindáveis para tratamento de sua saúde e aguardam em cadeiras de fio e quando
bem alojados estão em macas nos corredores de hospitais.
Em
nosso sistema de saúde pública se anuncia pelos meios de comunicação a compra
de aparelhos de alto padrão tecnológico, como o robô que realiza cirurgias
complicadas e etc., mas, em contrapartida, existem hospitais fechados pelos
rincões do Brasil, todo equipado, sem funcionamento por falta de recursos
humanos. Enquanto isso em várias regiões do país, cidadãos sofrem por falta de
um leito para tratamento, ou simplesmente fazer um exame que demora meses para
ser realizado! O que está errado nesse processo?
Será
um dos fatores, a má distribuição de renda do nosso sistema de divisão de
classes? Classificado como um país que luta para atingir um patamar de igualdade
com países do primeiro mundo, presenciamos no Brasil disparates que estão longe
de nos equiparar com os países desenvolvidos. Pagamos um preço muito alto, ou
melhor, o mais alto, para manter nossos parlamentares em suas funções e ainda
existe a necessidade de “ajutórios” disso e daquilo, tornando ainda mais gordo
o salário dos mesmos. Por falar nisso, enquanto os professores da rede
municipal e estadual de todo o pais e não poderia deixar de serem, os de
Dourados também, saíam às ruas em manifesto para reivindicar melhores salários,
piso para a classe, direitos justos e até humildes e esses mesmos parlamentares
nada fazem por esses profissionais que se dedicam ao ensino.
Enquanto
isso....os vereadores de nossa cidade aprovavam, sem maiores discussões, o
aumento de seus salários! Com as mesmas regalias dos demais parlamentares de
grandes centros. Onde eu estava mesmo? Ah! No lixão! Na telenovela! Mas não
precisamos ir para o mundo da ficção, vamos até o lixão de nossa cidade,
presenciaremos cenas iguais, e em nosso pensamento surgirá a seguinte frase:
qualquer semelhança é mera coincidência...
E
os homens das leis, sentam em cima de seus valores, se remexem daqui e dali, e
seus olhares não passa além de seus umbigos, tal é a realidade do nosso
cotidiano no saber político. Como orientar nossas crianças, adolescentes e
jovens? Se os parâmetros apresentados fogem dos conceitos dos grupos sociais,
educacionais e religiosos? O que terá de acontecer para a reversão da atual
situação que passa o Brasil? Como diria Boris Casoy “Isso é uma vergonha”! E a
vida vai passando os valores invertidos vão se sedimentando, arraigando na
mente de nossas crianças, que o melhor é levar vantagem em tudo, o que nos
interessa é nosso bem estar.
Que
Deus nos acuda! Acuda todos aqueles que precisam do SUS, que precisam recorrer
ao lixão para suprir suas necessidades básicas, que precisam acreditar com
todas suas forças, que ainda existe uma esperança para o nosso sistema
político, para os nossos governantes terem a consciência da sua grande
responsabilidade perante uma nação, perante uma sociedade e toda a sua gente.
Como
diz o ditado popular: “a esperança é a última que morre!”
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