segunda-feira, 7 de março de 2011

Cantigas de roda x sedução



Será nostalgia lembrarmos do tempo que brincávamos de cantiga de roda, pique – esconde, balança – caixão, feijão – queimado?
Quando ouvíamos histórias contadas pelos mais velhos de fundo moral a nos alertar sobre os valores e princípios da vida...
Será nostalgia lembrarmos das brincadeiras inocentes? Será?
Quando nos reportamos para a dura realidade dessa época social que muito promove a sedução e a banalização da sexualidade, mulheres e homens são vendidos como meros objetos de consumo. E não falamos daqueles que tiram do comércio do sexo a sua renda econômica. Falamos do indivíduo comum, massacrado pelas mensagens eróticas que procuram transformá-lo em máquina sexual, exigindo desempenho do homem e prazer da mulher, levando a expectativas irrealistas que, não são devidamente satisfeitas, reforçam, nos adultos, um ciclo incessante de busca de prazer através da troca constante de parceiros, e nas crianças e adolescentes o florescer da sexualidade precoce.
A promoção do sexo não estimula, necessariamente a expressão da afetividade, e o que ocorre na prática é uma busca desenfreada pela satisfação das necessidades humanas de contato e afeto, porém centradas no sexo e não no sentimento.
Em reflexões e observações através de pesquisas e estatísticas de profissionais que trabalham com crianças e adolescentes podemos constatar os malefícios causados pela mídia, na televisão, nas letras das músicas, programas exibicionistas e sensacionalistas que não pesam (ou pesam?) a influência que causam e valores que transmitem.
Pensando nessa problemática,  e na data em que se comemora o carnaval, a festa mais tradicional do Brasil e mais liberal, sente-se a necessidade de uma maior vigilância  em favor da criança e adolescente, que é invadida pela euforia do carnaval e muita das vezes  atingida e violada em seus direitos através do exibicionismo, da exploração, do turismo sexual...
Fazemos um apelo a todos educadores (pais – professores – todos na sociedade), para formamos uma ciranda contínua, ou seja, uma rede permanente de combate à qualquer forma de violência sexual à criança e adolescente, seja a física ou a moral, para que realmente possamos voltar ao tempo das cantigas de roda, onde criança era criança, na busca de construir uma sociedade onde sentimento e razão se cruzam na formação da personalidade e cidadania dos adultos de amanhã. Esse é o momento, vamos hoje, agora, já! 

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