Mais um ano de comemorações, do dia, da semana, do mês da mulher. Fala-se das mulheres negras, indígenas, trabalhadoras, mães, executivas, educadoras, enfim todas as mulheres de todos os matizes e credos são homenageadas e louvadas. Há quem diga que a principal missão da mulher é ser mãe, e que, (pasmem) “ser mãe é padecer no paraíso!.”
Em
reunião com profissionais da educação foi perguntado: por que o número de educadoras
é maior do que o de educadores? A resposta foi que a ideia que se tem de
professora é a substituição da mãe, ou seja, da família. Essa concepção não é
um conceito da sociedade antiga e sim da sociedade contemporânea, inclusive nos
meios educacionais, onde inconscientemente a educação em todos os sentidos está
sendo terceirizada, cabendo ao Estado a maior responsabilidade.
Outro
fator preponderante é o lugar da mulher na política, nos grandes movimentos,
grandes empresas, cargos executivos, as mulheres ainda perdem de longe para os
homens, apesar de termos no comando geral do Brasil uma mulher, não caracteriza
que a mulher já ocupa funções de destaque em toda estrutura, política, social,
econômica e de estratégias diplomáticas e internacionais.
Hoje
dia 08 de março o que temos para comemorar? Acredito que antes de comemorar
deveríamos refletir. Refletir o que os considerados avanços das lutas
feministas trouxeram para nós mulheres. Como temos nos comportados diante
dessas conquistas? Uma vez que conquistamos espaços, e com eles as jornadas
duplas, triplas de trabalho, e esquecemos-nos de dividir e acabamos somando as
funções múltiplas que englobam as tarefas da mulher, ou melhor, que deveriam
ser de todos componentes familiares, desta forma somos trabalhadoras que se
destacam pela criatividade, dinamismo e porque não dizer dos malabarismos a que
somos submetidas em nosso cotidiano, para que tudo fique em consonância com o
bem estar de todos, digo, filhos companheiros, colegas de trabalho...
A
todo o momento temos que nos desdobrarmos para comprovar que merecemos o lugar
que ocupamos na sociedade, o tempo das queimas de sutiã, comandada pela filósofa
Simone de Beauvoir, ficou guardada na memória, o que ainda precisamos segundo
Simone é “reivindicar que homem e a mulher se reconheçam como semelhantes, enquanto não
se respeitarem como pessoas em que, do ponto de vista social, política e
econômico, não há a menor diferença, os seres humanos estarão condenados a não
verem o que têm de melhor: a sua liberdade.”
Portanto,
nas reflexões do dia da mulher e em suas comemorações se faz necessário ir além
das lembranças gloriosas e de leis que garantem os direitos da mulher. É preciso
que em nosso cotidiano, em nosso fazer a vida, estarmos atentas para nós
próprias, mudarmos os nossos conceitos arraigados em nosso sistema emocional,
inculcado por uma cultura machista e que longe ainda está de ser extirpada de
nossa sociedade.
Conquistamos
as duras penas vários direitos, teremos que vivencia-lo, acreditar, deixar que
as forças, as mesmas que temos guardadas em nossas entranhas, possam se fazer
presente em todas situações que se apresentarem como desafio, para que, dia
chegue, pleno de igualdade de condições entre seres humanos sem definição de
homem e mulher.
Salve
8 de março, dia de todas as mulheres!
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