O
Brasil acordou em um belo dia surpreso, perplexo com uma frase parecendo um
jargão: “o gigante acordou”! “Levantem todos os brasileiros e vamos para as
ruas, o Brasil é nosso”! “Desculpe o transtorno estamos mudando o Brasil”.
Bonito de se ver, arrepios pelo corpo, emoção que fazem marejar os olhos, o
peito ufana e como um filme volta-nos na memória, as marchas de outrora, o
idealismo da juventude que lutava bravamente pelo bem coletivo, pela
democracia. Quantos morreram? Quantos ficaram? Têm alguma representatividade
atualmente? Os ideais de antes, são os mesmos de agora?
De
repente o gigante acordou, e o que era doce se acabou! Todos os pirulitos estão
sendo tirados um a um das mãos daqueles que “ainda” estão se fartando nos
redutos escondidos da inocência de um povo. O que vemos atualmente é a
saturação é a gota d'água que transborda e se esparrama pelo vasto território
brasileiro. Parece que novamente se inflama o senso patriótico, não só por
motivo de jogos, de seleção de futebol, mas por uma consciência maior e
coletiva a bradar a insatisfação dos abusos e do “pouco caso” que alguns
políticos fazem do seu eleitorado. Parece-nos que a era PÃO E CIRCO realmente,
já era!
Cresce
o nosso sentimento de cidadania, de pertencimento a um povo, um país. É isso?
Parece, mas existem algumas controvérsias, perpassando pelo submundo das
tramoias e falcatruas, intituladas: poder político, corrupção, medo da perda do
poder e da evidencia. Nos depoimentos da nossa presidente vemos um tiroteio de
falas pra todo lado e um país que não sabe o que fazer de sua riqueza, da
diversidade de sua gente e de sua cultura como um todo, falta rumo, direção,
falta a visão completa de um país onde cada região apresenta as suas
dificuldades específicas e não adianta pensar em ações paliativas e gastar no
que não vai funcionar.
Precisou
o Brasil ir para as ruas, gritar suas necessidades para o governo anunciar
recursos para obras de mobilidade urbana, para ouvir os usuários de transporte
coletivo e dar justificativas, fazer promessas como se estivesse em palanque
eleitoral, falta a percepção (do governo) de que o que se pede é ação, atitude,
uma gestão com competência, sem falar no combate a corrupção, na transparência
com o uso do recurso público. Não queremos a insegurança da inflação batendo em
nossas portas, queremos a garantia da valorização do real (nossa moeda) e
necessário se faz ousar, ir em frente.
Analisando
o ser humano, que por si só porta um manancial de sentimentos mal resolvidos,
que na penumbra do seu cotidiano, no canto de seu cérebro esconde tão bem, que
nem mesmo ele conhece ou percebe. No momento do desafio, do tormento de
“aparecer” revela-se como um completo desconhecido de si mesmo, deixando seus
instintos primitivos vir à tona. É por esse prisma que podemos analisar meio
que sorrateiramente as atitudes de uns e outros.
Há
quem realmente acredita, sonha em transformar uma sociedade posta, imposta desde
sempre para todos, sociedade esta desigual, cheia de perversidades e
enganações, esses lutam por uma causa, por um ideal, lutam pelo que acreditam
ser o melhor para a coletividade. Mas há também os que vão ao embalo e mostram
o seu lado manifesto e encobertado por falsas ideologias, que bradam como se
fossem o sujeito que trará a melhoria através de benefícios conquistados ao
longo do tempo pelos supostos trabalhos por ele feito. Há os embalados e os que
embalam tudo se mistura e vira uma salada mista que acaba não se sabendo quem é
quem na ordem do dia.
Os
acontecimentos vêm e vão, a sensação de vitória de um povo, prestes a
desabrochar, se perde entre conjunturas de difícil entendimento para os leigos
e os menos atentos. De repente o grito se cala na garganta, o ufanar do peito
se perde, sufoca-se o ideal. E lá onde impera a justiça, que deveria ser para
todos, existe o convite para que você venha saborear uma rodada de pizza nesta
quarta-feira. Convite feito. Convite aceito? Pense nisso.
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